Esse foi o título de um artigo que chamou minha atenção na revista Mercado e Negócios ADVOGADOS, escrito pelo Advogado Leonardo Barém Leite, que acabei adquirindo para ver do que se tratava.
O artigo é iniciado com o seguinte questionamento: “O que se deve estudar para ser um bom advogado?”. E continua perguntando por que a faculdade é denominada de Direito e não de Advocacia, sendo que o objetivo, pelo menos a priori, é se tornar advogado? Atentando também para o fato de que em outros cursos o nome tem relação direta com o nome da profissão, como no caso da medicina para ser médico, da engenharia para ser engenheiro, e por ai vai.
Depois tenta traçar um conceito resumindo o curso de direito, dizendo que “... o curso de Direito, ao contrário de outros, é muito mais um conjunto de princípios e técnicas, de valores e normas (além de mentalidade e raciocínio, de forma de pensar e agir, do desejo da busca e defesa dos direitos e da justiça, etc.) do que propriamente um curso preparatório para uma profissão específica.
Basicamente, no decorrer do artigo, o autor diz que o curso de direito deveria ser apenas o começo de tudo, tendo em vista que o recém formado sai da faculdade totalmente “cru” na questão da prática, tendo o conhecimento somente da ciência do Direito de uma forma geral, o que é pouco, devido hoje em dia o mercado de trabalho já exigir profissionais mais especializados e específicos, não se aceitando mais uma formação tão genérica, aliás, quem não quer em sua causa um profissional com vasto conhecimento na área em questão?
A Advocacia é o exemplo mais claro disto, uma vez que tem um conteúdo tão vasto, com tantas áreas de atuação (o autor cita principalmente a diferença entre o advogado de escritório e o advogado de empresa), que já está na hora de pensar em ajudar esses profissionais, além do que, o estudante não aprende a advogar na faculdade, aprende nos estágios, se preparando para a prova da OAB e na prática mesmo, aprendendo com os próprios erros. As Instituições até tentam minimizar essa situação oferecendo os estágios supervisionados, que apesar de ajudarem, não chegam nem perto de dar todo o conhecimento necessário para ser um bom advogado.
Mas isso não ocorre só com a advocacia, olhando por outro lado, quem pretende seguir outras carreiras, como a de professor, por exemplo, também não faz um curso específico, ou mesmo recebe alguma orientação para exercer a profissão, tendo este que procurar conhecimento por si só, em livros, e se espelhando em professores que teve no decorrer da graduação.
Uma das soluções que o autor sugere, e diz ser a mais aconselhável, é a criação de cursos mais específicos, como de Advocacia, que teria toda a base do curso de direito, só que voltado propriamente para a Advocacia, com uma carga horária maior, talvez até em período integral como nos cursos da área de saúde.
Outra solução é fazer mais ou menos como ocorre no curso de Medicina, o qual no final o aluno ter que fazer uma residência na carreira que pretende seguir, como a advocacia, promotoria, professor, ou outra qualquer, seria mais como uma especialização obrigatória que deixaria o futuro profissional bem mais preparado.
No final deixa em aberto a questão para pensarmos no assunto, dizendo somente que soluções há para melhorar a qualidade dos operadores do direito, nos restando discutir qual seria a alternativa mais cabível no momento.